sábado, 1 de dezembro de 2012



Jardim dos sonhos

Era uma bela manhã de primavera, as flores estavam desabrochando, as folhas de cerejeira estavam a cair, uma bela garota de olhos azuis e cabelos rosados estava observando as rosas de seu jardim e cantarolando uma linda melodia.
-Parece que finalmente chegou o dia! –Disse a bela garota de cabelos rosados. – Cada pétala tem seu aroma, cada pétala tem sua cor, é isso que nos faz únicas. – Recitou tocando em uma rosa azul.
-Que belas rosas, tão belas quanto quem as cuida! – Disse um garoto de cabelos prateados se aproximando dela.
-Obrigada! Tornou-se um hábito vir vê-las toda manhã, não importa o quanto eu estiver ocupada! – Ela respondeu se tirar os olhos das flores. – É como se o meu dia não estivesse completo!
-Entendo! – Ele sorriu e tocou uma rosa diferente, suas pétalas eram violetas. – Essa rosa, se distingue entre as outras não acha?
-É como a beleza de uma dama! – Ela ergueu os olhos até encontrar o rosto do rapaz com quem estava conversando já há algum tempo.
-Está certa! – Ele sorriu e se aproximou dela.
-Ou de um garoto. – Ela falou sem graça num tom baixo, que somente ela pudesse ouvir.
-Disse algo? – Ele já havia se abaixado, estava ao lado dela.
-Não, nada! – Ela quase sentiu sua respiração, estavam perto demais.
-Bom, acho que não me apresentei devidamente! Sou Alexy Diamond.
-Alais Simetra.
-Simetra? Por acaso, é irmã do Shinki?
-Sou sim! De onde o conhece?
-Não sei como explicar!
-É estranho, sinto como se nos conhecêssemos a muito tempo!
-Incrível! – Ele sorriu. – Sinto a mesma coisa!
-Alexy-kun. – Ele corou ao ouvi-la chama-lo assim.
-O-O que?
-Você quer ser meu amigo?
-Claro!
-Alais, o que está fazendo aqui fora? Você está doente! Será que não pode esquecer essas malditas flores um minuto? – Disse um garoto moreno de olhos vermelhos.
-Deixe-a fazer o que gosta! Talvez ela melhore mais rápido assim!
-Alexy-kun, não precisa se preocupar comigo!
-Mas, Alais, você deve fazer o que gosta, caso contrário pode acabar piorando!
-Não se intrometa Diamond! – Disse o garoto se aproximando e puxando Alais pelo pulso para dentro.
-Alexy-kun, desculpe!
-Tudo bem! – Disse Alexy levantando e indo embora com as mãos nos bolsos.
-Shinki, seu idiota. Não duvido que ele nunca mais vá querer falar comigo!
-Melhor pra todos nós!
-Melhor? Você conseguiu me separar, do meu primeiro amigo! – Ele riu.
-Amigo? A família Diamond não é confiável!
-E a Simetra é muito né?
-Olha como diz da nossa família!
-Não adianta, você nunca vai me ouvir.
-Alais, não quero te ver conversando com o Diamond novamente ouviu?
-Não, estou surda, minha doença está afetando meus ouvidos!
-Alais, isso não é brincadeira! – Ele disse sério.
Um pouco distante da casa dos Simetra, Alexy estava apoiado em um muro pensando.
-Ela é tão linda, não acredito que seja irmã daquele canalha.
-Falando sozinho?
-Uh? Lunna, você deveria usar roupas apropriadas pra sua idade! – Ele riu e observou a garota de cabelos azuis com pontas rosadas. Ela estava usando um short jeans bem curto com meia-calça preta, top preto caído nos ombros, algumas pulseiras douradas no pulso esquerdo e uma bota de cadarço abaixo do joelho, também preta.
-Qual o problema dessa roupa? – Ela rodopiou admirando a própria roupa.
-Talvez seja que é para uma garota de aproximadamente 15 anos e você só tem 12.
-Reclame com a Ichigo, ela que compra minhas roupas!
-Não, ela compra roupas pra ela e acaba misturando com as dela. – Ela cruzou os braços sobre os seios.
-Não vai elogiar minha roupa?
-Não. – Ele disse atravessando a rua. – Não quero que Alais me veja falando com você, principalmente se estiver vestida assim.
-Quem? Espera, Alais Simetra?
-Essa mesma, conhece?
-Meu primo tá afim da irmã do garoto que estou afim?
-Aquele canalha não te merece Lunna!
-E daí? Eu gosto dele, você gosta da irmã dele e eu não digo nada!
-Não afirmei que gosto dela!
-Dá pra notar, pelo seu tom de voz.
-Desde quando sabe disso?
-Semana passada, foi quando a viu pela primeira vez não foi?
-Exato.
-Olha, dois Diamonds apaixonados pelos Simetra.
-Parece que sabe como me sinto. Gosta dele desde quando?
-Mês passado.
-E não disse nada por que?
-Do jeito que essa rivalidade entre famílias está, ele te odeia, você odeia ele, preferi sofrer calada que fazer você me odiar também!
-Parece Romeu e Julieta, ou melhor, Montéquio e Capuleto.
-Só que sem as mortes.
-Vai se arriscar?
-Você vai?
-Que diferença faz?
-Se você for, provavelmente, não se machucará sozinho, por que eu não vou sozinha!
-Só vai se eu for?
-É.
-Então vamos, não tô muito afim de ver minha prima mais nova sofrendo por causa de um amor não-correspondido!
-Valeu Alexy.
Alguns dias se passaram e as rosas continuaram a desabrochar. Alais continuava a cuidar de seu jardim e Alexy continuava a observa-la.
-Não adianta, estou te vendo seu idiota!
-Uh?
-Alexy, não precisa bancar a estatua se quiser me ver!
-Ah, oi Alais.
-Não banque o idiota!
-Depois daquele dia ficou bem ignorante não acha? – Ele disse tentando esconder o remorso, por ser, provavelmente a causa da atitude de Alais.
-Desculpe, de repente, as flores começaram a murchar, isso me preocupa!
-Mudou o modo de cuidar delas! – Ele disse se aproximando.
-Não.
-Mudou sim, antes usava menos força! – Ele disse se aproximando mais e colocando a mão sobre a de Alais, o que a fez soltar a rosa.
-Será que foi isso?
-Não sei, talvez tenha sido. – Ele respondeu, corando em seguida, ela corava também. – Desculpe. – Ele disse tirando a mão de cima da de Alais.
-Tudo bem.
Um pouco distante do jardim, Lunna andava tranquilamente, até esbarrar em Shinki, que estava andando lentamente, com a cabeça levantada.
-Desculpe, você está bem? – Ele disse esticando o braço para Lunna.
-Estou. – Ela respondeu segurando na mão dele e levantando com dificuldade.
-Espere, você é...
-Sim, eu sou uma Diamond, vai me odiar por isso, como odeia meu primo?
-Não, por que acha que o odeio?
-Pelo modo que vejo você falando com ele.
-Como sabe como falo com ele? – Ela ficou mais vermelha que os olhos dele. – Por acaso...
-Tá, admito, de vez em quando eu te sigo!
-Por que faz isso? – Ele se aproximou dela e ela abaixou a cabeça.
-Por que, eu gosto de você!
-Lunna.
-Como sabe meu nome?
-Bom, como posso explicar, de vez em quando também te sigo! – Ela demonstrava um misto de medo, felicidade e surpresa. – Por que, também gosto de você!
Enquanto isso, no jardim, Alais e Alexy ameaçavam brigar.
-Por que se deixa levar por tudo que ele diz?
-Talvez seja por que ele é o único que resta da minha família! – Ela dizia nervosa.
-Alais, por que está gritando comigo?
-Não estou gritando! – Ela disse e se virou, tocando o caule de uma rosa roxa.
-Alais, olhe pra mim enquanto falo com você! – Ele disse num tom violento.
-Por que não vai se divertir com sua priminha? – Ela disse segurando o caule com mais força. Logo, seus dedos começaram a sangrar.
-Alais, sua idiota, é de você que eu gosto! – Ele viu as gotas caindo lentamente no chão. – Alais...
-Isso não se compara com o que já sofri com sentimentos inúteis!
-Alais... – Ele retirou a mão dela do caule e apertou os espinhos, fazendo seus dedos sangrarem também.
-Alexy, por que fez isso?
-Por quero, saber como se sente e sentir a mesma coisa. – Ele sorriu e soltou o caule.
-Seu bobo. – Ela o abraçou com lágrimas nos olhos. – Eu gosto muito de você, desde que te vi pela primeira vez!
-Eu também Alais! – Ele sorriu e desvencilhou o abraço, ela ficou com uma expressão de dúvida.
-O que foi Ale-kun? – Ele corou com o novo apelido.
-Nada, só quero tentar uma coisa!
-E o que seria? – Ele levantou o queixo dela e abraçou sua cintura, beijando-a em seguida. Alguns segundos depois, afastou-se lentamente.
-Isso.
-A-Alexy. – Ela falou baixo, com as mãos sobre os lábios.
-Desculpe, não deveria ter feito isso! – Ele disse dando dois passos para trás, virando e se direcionando para fora do jardim.
-Espere. – Ela disse correndo até ele e o abraçando por trás.
-Alais...
-Não vá, por favor.
-Não irei.
Enquanto isso, Lunna e Shinki continuavam discutindo.
-Olha Lunna, não sei o que me deu na cabeça pra te seguir por aí!
-Nem eu.
-Mas mesmo assim. – Ele segurou a mão dela. – Não me arrependo de ter feito isso!
-Shinki... – Ela corou, ele se aproximava lentamente.
-Lunna, me desculpe! – Ele a abraçou, acariciando o cabelo dela.
-Desculpar pelo que?
-Por ignorar o que sentia por você.
-T-Tudo bem. – Ela apertou mais o abraço.
-Lunna-chan. – Ele desvencilhou o abraço e levantou o rosto dela de modo que olhasse em seus olhos. – Posso ter a honra de te beijar? – Ela ficou ainda mais vermelha.
-C-Claro que pode, seu bobo! – Ele abraçou-a novamente, aproximando seu rosto lentamente ao dela, finalmente alcançando os lábios dela delicadamente.

FIM

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