sábado, 26 de abril de 2014

Era possível notar a tristeza e a dor da garota naquele momento. Os pulsos ensanguentados, as asas partidas e sujas, as paredes sujas de sangue com linhas que formavam as palavras "Salvem-me" e "Me ajudem, por favor", era o que ela queria, mas não conseguia falar, e ninguém queria escutar.
Cada dia mais a sombra do sofrimento e solidão a cobria, e cada vez mais ela estava mais distante de sua sanidade. Não havia nada que ela podia fazer, não havia nada que qualquer um podia fazer. O sangue a sua frente começava a hipnotizá-la, e a sede crescia dentro de si. Cortou-se mais, deliciando-se ao ver o liquido vermelho-escuro caindo no chão depois de escorrer pelo seu pescoço e seus lábios.
Seus caninos aumentavam de tamanho gradativamente e seus olhos ficavam da cor do sangue. Suas asas se tornavam escuras e juntavam-se novamente. Aos poucos ela se tornava uma criatura sombria e psicopata. Todo o sangue de seu corpo estava reposto dentro de si por bebê-lo novamente, ela quase não se controlou ao ver o da parede. Saiu completamente suja do apartamento e atacou o primeiro que viu no corredor.
Fez assim com todos do prédio, que vinham, voltavam e visitavam. E assim faria por mais uma longa eternidade de loucura e solidão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário