Lunna P.O.V.
A chuva aumentava cada vez mais e meu nervosismo também. Era véspera do "Dia dos finados" e Alais e Shinki haviam ido ao cemitério, só estávamos eu e Alexy em casa e ele nem ao menos estava comigo, ou fazia ideia da dor que estava sentindo naquele momento. Levantei do sofá num pulo e peguei minha capa. Iria "dar uma volta"... caminhei até a floresta segurando minha capa pelos ombros, o vento estava forte então quando a soltei pra abrir um portal ela voou. Ignorei, não estava com frio apesar de ter me molhado enquanto andava até ali. Atravessei o portal receosa, e fui recebida por vários flocos de neve se enrolando no meu cabelo."O Reino das Trevas." Pensei. "Totalmente o contrário do nome, menos pra mim." Caminhei devagar até o cemitério, e quando cheguei lá, continuei no mesmo ritmo até chegar ao túmulo de minha mãe. Ajoelhei-me frente a ele e o toquei. Sem ter tempo pra nada minha mente foi pra outro lugar. Eu estava deitada de lado, encarando meus braços, as cicatrizes que não existiam mais ali, que não ficavam ali, as cicatrizes que ao contrário das que guardava dentro do meu peito, desapareceram em pouco tempo. Meu punhal estava ali, à minha frente, apesar disso eu continuava resistindo a minha vontade de acabar com todo aquele sofrimento do modo mais rápido, ao sofrimento e a minha existência. Contudo, antes de que eu pudesse fazer qualquer coisa, senti alguém me puxar, me fazendo olhar pra cima.
"Lunna!" Ela sussurrou. Acima de mim havia um espírito de uma mulher morena, de olhos vermelhos como os meus. Ela era o espírito mais lindo que eu já havia visto!
"Lunna!" Ela repetiu sorrindo. Apesar de ela ser familiar eu não a reconhecia. "Não me, reconhece?" Seu rosto tomou uma expressão melancólica. Não pude reconhecê-la ainda, mas ver seu rosto entristecido me fez sentir mais dor dentro do meu peito. Não pude responder, minha voz não saia. "Sou eu querida, sua mãe, Alice!" Lágrimas vieram ao meus olhos ao ouvir seu nome. Papai nunca havia me mostrado retrato algum, ou dito seu nome perto de mim. "Mamãe..?" Consegui sussurrar. Aquelas palavras eram estranhas à minha voz. "Sim! Lunna, eu adoraria ficar com você, pra sempre, cuidar de você como eu deveria cuidar, sabe que se eu estivesse com você nada do que aconteceu na sua infância teria acontecido!" Seu tom era carinhoso, e ao mesmo tempo melancólico. A dor no meu peito piorou. "Mamãe, fica comigo!" Pedi como se fosse uma criança. "Eu não posso querida, eu estou morta, e você ainda tem muitos séculos pra viver! Eu adoraria ficar, mas você tem um marido, tem que ficar ao lado dele! Cuide bem dele sim querida? E por favor, não desista!" Ela sussurrou tristemente, depois se aproximou de mim e beijou minha testa. "Eu sinto muito." Sussurrou desaparecendo por total. "Mamãe!" Chamei-a novamente. "MAMÃE!" Gritei fraca. Senti um peso sobre meus lábios e voltei a minha consciência e corpo. Shinki estava ali, comigo, assim como meu irmão, e Alais. Apesar disso, eu ainda sentia a dor de perder minha mãe de novo! Eles estavam comigo, e eu quase tinha morrido congelada, quase tinha falhado com aqueles que me amavam de novo, como sempre.
-Shinki! - Abracei-o quase chorando. - Shinki...
-Eu to aqui Lunna, fica calma minha rainha! - Ele sussurrou. Não aguentei muito tempo e comecei a chorar.
-Não posso ser uma rainha! Nunca pude nem poderei! Eu sempre falho com todo mundo.. querendo ou não eu sempre chateio todos! - Falei entre lágrimas.
-Não, não Lunna, você seria uma rainha incrível! Você é uma rainha incrível! - Levantei-me aborrecida. Sem respondê-lo sai correndo em direção ao castelo, chorando, queria sentir a presença de minha mãe, como sentia na infância, sem saber que era ela.
Shinki P.O.V
Senti como se Alais enfiasse sua katana em meu peito quando vi Lunna deitada no chão nevado do cemitério frente ao túmulo de sua mãe. Assim como na história da Branca de Neve, beijei-a para que acordasse, e ao ver seus olhos abrindo novamente consegui sorrir, mas vê-la chorando, dizendo que sempre chateava a todos quase ME fez chorar! Odiava ver Lunna assim e não poder fazer nada pra ajudá-la, mas sempre que eu pensava em dizer algo ela mudava de assunto ou saía. Quando ela saiu correndo tive vontade de correr atrás dela, mas Alexy me interrompeu.
-Ela precisa de um tempo, não vai adiantar nada ir atrás dela agora! Ela só vai chorar mais.. - Ele falou sério, o que era quase engraçado, mas estávamos falando da Lunna, então era realmente sério. Mesmo a contra-gosto voltamos pra casa e esperamos Lunna voltar por conta própria, porém a ideia de que ela poderia ficar lá por muito tempo me assombrava. Pro meu alívio ao anoitecer ela voltou, só que um tanto diferente, não comentei nada, esperei que ela dissesse algo, mas disse que estava cansada e que iria se deitar. Era estranho mas não falei nada. No dia seguinte acordei cedo e fui caçar. Cheguei por volta das dez da manhã e fui tomar um banho. Depois fui pra sala, onde Alais lia um livro com Alexy deitado em seu colo em sua forma felina, o que me lembrou Lunna.
-Gato cadê a sua irmã?
-Sua esposa você devia saber! - Ele respondeu sem nem ao menos olhar pra mim. Segurei o cabo de minha katana e ele me encarou ainda na forma felina.
-Está no quarto, fazendo não sei o que. - Respondeu se esfregando no colo de minha irmã no final. Soltei minha katana e fui pro quarto.
-Lunna você.. - Falei abrindo a porta, me surpreendendo com o que vi. Lunna estava com um vestido longo roxo bem escuro, com cristais na saia e na cintura, alça trançada e decote disfarçado, espera, desde quando sei de tudo isso? Voltando ao vestido, a frente da saia tinha alguns tons diferenciados da cor principal do vestido assim como o decote. Eu estava quase babando, e só depois percebi o espelho enorme que tinha ali.
-Diga. - Lunna respondeu ainda prestando atenção no vestido.
-Aonde conseguiu esse vestido? -Perguntei "limpando a baba".
-Bem, era da minha mãe. - Respondeu saindo do banquinho em que estava em cima e tirando o vestido com dificuldade. Em seguida pegou outro vestido mais simples e o vestiu. Este era longo, de cetim azul-marinho brilhante com detalhes em rosa quase vermelho. Frente única com um broche em forma de rosa por entre o decote.
-Peguei três, esses dois e um mais comum. - Falou ela jogando o cabelo pro lado direito e subindo no banquinho novamente.
-S-Sua mãe tinha bom gosto!
-Papai disse que ela parecia comigo. - Contou. - Então pensei que seus vestidos que Elizabeth não tinha pegado, e os que tinha, serviriam em mim!
-F-Ficaram incríveis em você!
-Pare de gaguejar! - Ela falou rindo e se trocando novamente, mas dessa vez vestiu uma roupa sua.
-O que houve ontem? - Perguntei fechando a porta e indo até ela.
-Eu falei com meu pai no castelo.
-No cemitério. - Acrescentei.
-Eu... vi a minha mãe!
-Falou sobre ela com seu pai? - Ela concordou com a cabeça. - E aí?
-Ele me contou tudo, do baile, do casamento, a quase morte de ambos, os meus irmãos, e o meu nascimento, seguido pela morte dela. Ela morreu por minha causa!
-Lunna.. - Comecei a falar.
-Mas aí, eu fui ao seu antigo quarto, onde ela ficava depois dos partos, onde eu fiquei com a Nebula até fazer uns cinco anos, e assim como no cemitério, eu senti sua presença, e me disse.. - Ela parou de falar abaixando a cabeça. Abracei-a forte e ela continuou. - Acho que o resto você já sabe.
-Então, sua mãe morreu no seu parto?
-Aham.
-E como a Nebula morreu?
-Drake. Ele queria fazer o ritual pra se tornar o Rei Dragão, e precisava de um sacrifício, era a Elizabeth, eu tentei impedir, e a Nebula tentou também, mas ela acabou morrendo e por isso a Elizabeth me culpa! - Contou.
-E então, você é parecida com sua mãe?
-Sou a única que pareço com ela, pelo menos nos em relação aos olhos!
-Eu amo seus olhos! - Falei olhando em seus olhos e a beijando.
-Eu te amo! - Ela falou sorrindo.
-Também te amo minha rainha! - Sorri de volta pra ela e deitei-a. - E como em todo clichê, vou te amar pra sempre! - E beijei-a de novo, e de novo, e de novo.
Um simples local onde me divirto postando coisas em relação as minhas histórias
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Quando eu era mais nova, tinha uma cadela... era filha da cadela da minha tia, e o nome dela eu nem lembro porque motivo escolhi, mas foi aquele, e eu não gostava que o dissessem errado. Eu inventava muita coisa pra brincar com ela, as vezes não pensava direito, ela tinha medo de cordas e eu a amarrava, mas eu a amava muito.
Um simples ganido de dor dela quase me matava...
Aí ela adoeceu. Eu tenho outra cadela e uma gata, mas não dá pra esquecer minha gordinha Mabel, não dá... Ela era minha pirralha e não tem como negar que a amei e ainda amo, ela era meu anjinho peludo e gordinho, e eu nunca vou conseguir esquecer dela.
Nunca...
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
"-Você não pode simplesmente ir lá e mata-la!
-Posso.
-Não vai mudar nada, acha que ela iria querer isso?
-Iria, agora fica quieto fazendo favor.
-Por que eu ficaria?
-Porque eu tô mandando!
-É, e daí?
-Só, fica quieto.
-Não.
-Então não fica.
-Não.
- Se encher muito o saco, o próximo que eu mato vai ser você!
-Você não faria isso, você me ama!
-Sim, o que não significa que eu não possa te matar.
-Certeza?
-Não.